Uhle, Max (1856-1944)
Max Uhle foi um arqueólogo e linguista alemão. Entre 1892 e 1896, realizou uma viagem à Argentina e Bolívia a serviço do Königliches Museum für Völkerkunde Berlin (atual Ethnologisches Museum – Staatliche Museen zu Berlin), durante as quais reuniu objetos para coleções, fez observações etnográficas, linguísticas e geográficas, participando até de escavações arqueológicas (em sua maioria, pequenas). Nos anos entre 1895 e 1898, realizou escavações da parte da University of Pennsylvania in Philadelphia (EUA)em Pachacámac, ao sul de Lima (Peru), onde tinham lugar cerimônias e rituais. Pela University of California in Berkeley (EUA), liderou pesquisas arqueológicas entre 1899-1905 no Peru, por exemplo, em Moche, Nasca, Marca Huamachuco, nos vales de Chincha, Ica e Pisco, bem como em Pueblo Nuevo e em Huaitará. Uhle reuniu em sua coleção mais de 9.300 objetos arqueológicos, dando origem ao acervo inicial para o Phoebe A. Hearst Museum of Anthropology em Berkeley (EUA). De 1906 a 1911, assumiu inicialmente a direção do departamento arqueológico e, posteriormente, a direção geral do recém-criado Museo de Historia Nacional, em Lima, a convite do governo peruano. Participou também da criação do Museo de Etnología y Antropología em Santiago do Chile, entre 1912 e 1915. A partir de 1919, até 1924, liderou escavações no Equador, a convite do político e estudioso Jacinto Jijón y Camaño (1890-1950). Em 1925, ocupou a cadeira recém-estabelecida para arqueologia equatoriana na Universidad Central em Quito. Max Uhle é tido como o pai da arqueologia peruana e fundador da arqueologia sistemática sul-americana, sendo o primeiro a utilizar técnicas arqueológicas como a stratigrafia no estudo de culturas arqueológicas. Suas escavações, as primeiras sistematicamente documentadas da América Latina, permitiram à ciência identificar a primeira série de culturas pré-espanholas da costa peruana, cujo mapeamento, salvo poucas correções, ainda hoje é válido. Além disso, realizou pesquisas etnográficas e etno-linguísticas, reunindo dados valiosos na Bolívia e no sul do Peru sobre línguas indígenas (Aymara, Uru, Chipaya, Quechua).
Material:
- 157 manuscritos
- 92 manuscritos de aulas e palestras
- 175 cadernos de anotações
- 27 convolutos com notas
- 834 folhas de desenhos e esboços (em 34 convolutos temáticos)
- 96 plantas
- 2.157 cartas com 593 correspondentes
- 16 documentos pessoais
- 5.207 fotografias e 2.014 negativos (em 79 convolutos temáticos)
- 20 convolutos com coleções (recortes de jornais, cartões postais, entre outros)
Palavras chave: Argentina, Bolivia, Chile Equador, Peru, arqueologia, etnologia linguística, etnologia , história da fotografia, instituções, relatórios da viagem, história da ciência
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